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RELAÇÕES ENTRE O FILME “TEMPO DE MATAR” E O LIVRO “A ARTE DE ARGUMENTAR”

O filme “Tempo de Matar” é caracterizado na área legislativa do direito penal. Trata-se do julgamento de Call Lyu, um homem negro que é julgado pelo assassinato público de dois jovens brancos que haviam estrupado e tentado assassinar sua filha de dez anos de idade. É travada no tribunal, uma batalha entre seu advogado Dr. Friguence e o promotor público, o advogado lutando para provar que seu cliente não se encontrava em situações psicológicas normais quando matou os dois rapazes devendo em razão disso ser considerado inocente e ser absolvido; enquanto que o promotor pretende condena-lo a pena máxima que é a pena de morte. Essa batalhe judicial é determinada pelo embate argumentativo entre o advogado de defesa e o promotor. Nessa busca por provas, argumentos e técnicas de argumentação que convençam o júri da inocência ou da culpabilidade do acusado, o fator determinante para o sucesso da argumentação, de qualquer uma das partes, é o gerenciamento de razão e emoção.
O acontecimento ocorre no estado da Califórnia que possui uma esmagadora maioria de sua população de raça branca, e ocorre de forma explícita, ao público, no salão de entrada do tribunal, com isso o caso atraiu a atenção de todo o país e acumulou sobre si toda a pressão da mídia, da opinião pública, além de provocar confrontos de raças, como as brigas em frente o tribunal; assim como também serve de pano de fundo para a prática de outras ações ilegais.
O gerenciamento das informações é o que dá sustentabilidade aos argumentos lógicos dos expositores, ou melhor, é o que torna esses argumentos lógicos. Essa busca de informações é a procura das chamadas provas judiciais que são apresentadas ao júri com a intencionalidade de convence-lo de que a idéia argumentada é a correta e com isso persuadi-lo a emitir parecer favorável ao objetivo do expositor. É o que é feito pela defesa e pela promotoria quando buscam as testemunhas, os médicos psicanalistas para examinar o acusado, a arma do crime e etc.
Nessa busca de informações evidencia-se a importância do gerenciamento de relações. O trabalho em equipe assume papel importantíssimo no desenrolar dos fatos ao longo do filme. No inicio o advogado de defesa não trabalha em equipe com seus amigos enquanto que o promotor desenvolve seu trabalho em equipe e consegue levar vantagem nos primeiros confrontos, mas à medida que a defesa vai desenvolvendo um trabalho em equipe os resultados favoráveis vão aparecendo.
As condições de argumentação e o auditório são limitados, ate certo ponto. Isso porque os argumentos apresentados devem estar em conformidade com a pertinência do caso, por exemplo, os argumentos deviam limitar-se ao acontecimento do assassinato dos dois jovens e não ao que eles tinham feito antes. Já o auditório era particular, restrito ao júri e toda a argumentação era deveria ser dirigida exclusivamente a esse. Porém, essas condições são alargadas pelas diversas abordagens possíveis ao caso, o que permitia fazer referencias a outros acontecimentos e com isso o auditório também se torna universal por meio da atenção voltada para o caso.
As técnicas argumentativas utilizadas pela defesa e pela promotoria são distintas. A acusação utiliza-se de métodos como o agraciamento de autoridades, como quando envia ao juiz presentes; faz uso do método de desestruturalização do adversário procurando manter dispersa a equipe de defesa e insultando os membros da mesma coletivamente ou individualmente; sua abordagem das testemunhas no tribunal é de forma pressionadora, procurando intimida-las levando-as a concordar com seus argumentos e com isso persuadir o júri pela retórica. Já a defesa argumenta com método de acompanhamento das provas lógicas e pelo gerenciamento das emoções.
O gerenciamento das emoções é o fator que determina o resultado final do processo. Durante todo o decorrer do julgamento acontece alguns fatos emocionais que evidenciam esse fato, exemplos disso é quando o xerife e o policial ferido na ação do assassinato depõem no tribunal e emitem sua opinião favorável a liberdade do acusado e justificam esse parecer assumindo que tomariam atitudes idênticas ou semelhantes se o fato que gerou as atitudes do acusado acontecesse com eles, o que evidencia a importância do gerenciamento de emoções.
O momento culminante do gerenciamento de emoções dar-se no momento das considerações finais do julgamento. Ate o momento o júri estava decidido a emitir uma sentença de condenação, porém a preleção final realizada pela defesa fez uma abordagem do processo de caráter totalmente emocional colocando o júri em uma simulação emocional que acabou levando júri a dar parecer favorável à defesa absolvendo o acusado. Com isso a defesa sagrou-se vitoriosa pela argumentação emocional.

Referências Bibliográficas:
ABREU, Antonio Suárez. A Arte de Argumentar: gerenciando razão e emoção. 5 ed. São Paulo: Ateliê, 2002.

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